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MÓDULO – MUDANÇAS SOB PERSPECTIVA ESTRATÉGICA
UNIDADE 1 – MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS

1.3 Conceito de mudança

Para uma análise mais ampla do tema mudança, alguns conceitos devem ser explicitados. Dessa forma, perguntamo-nos:

O que é mudança?

Em uma conceituação simples, realizar uma mudança é alterar o rumo ou o ritmo de alguma coisa. Em outras palavras, é fazer de forma diferente da usual.

No cotidiano empresarial, muitas atividades mudam sem que, necessariamente, tenhamos a intenção de mudá-las – é o que chamamos de adaptação ou ajuste natural.

Dois pequenos exemplos de mudanças vivenciadas no cotidiano empresarial são:

  • antes fazíamos o controle de ponto dos funcionários à mão, hoje, naturalmente, mudamos para o controle eletrônico;
  • antes apresentávamos nossas aulas com transparências, hoje passamos a usar o power point.

O que analisamos neste curso, no entanto, é a mudança intencional, aquela que, de forma deliberada, a organização pretende fazer para melhorar resultados específicos.

Essas mudanças intencionais podem ser categorizadas em mudanças incrementais e mudanças radicais. Clique, em cada uma delas, a seguir, para ver mais detalhes.

As mudanças incrementais trazem melhorias sem afetar ou alterar, profundamente, os princípios básicos do negócio ou a forma de fazer o negócio funcionar.

Esse tipo de mudança é uma espécie de estabilização dinâmica, que faz mais ou melhor do mesmo. Por exemplo, em um supermercado, ao passarmos de dois check outs para três, gerenciamos melhor as filas, que permanecem em seu lugar. Quando os donos do supermercado resolvem abrir uma nova loja, eles passam a ter não somente mais um estabelecimento, mas um novo negócio, agora de dois supermercados.

Se antes o ditado "olho do dono engorda os porcos" poderia ser aplicado, agora, um processo de delegação passa a ser vital.

Uma mudança radical altera, profundamente, princípios básicos.

Podemos tomar como exemplo uma empresa que desenvolveu um software de gerenciamento de informações que não conseguia emplacar. Após muito tempo sem obter resultados significativos, um cliente perguntou à empresa se, ao invés de usar seu produto, eles não queriam assegurar a qualidade do software que o cliente já tinha comprado; aquele que estava usando e que apresentava algumas inconformidades. A empresa topou, reorientou a natureza de seu negócio para prestação de serviços e passou a atuar não mais como uma empresa de produto, alterando o perfil de seus funcionários radicalmente.

Hoje a empresa é considerada uma das melhores em seu segmento.


Agentes de mudança

Quanto às mudanças organizacionais, cabe uma importante reflexão:

Quem são os responsáveis pela gestão dos processos de mudança?

Os responsáveis pela gestão são os catalisadores (agentes de mudanças), aqueles que assumem também, deliberadamente, as atividades de mudança como propósito profissional.

Um dos principais impeditivos para mudanças efetivas vem do próprio comando organizacional, exatamente porque, em mudanças estruturais, são requeridas também mudanças nos seguintes contextos:

  • na forma de ver o mundo;
  • no significado do próprio negócio;
  • no significado do projeto pessoal-profissional dos principais executivos.

Necessidade de análise profunda

Temos também observado insucesso em termos de implementação de mudanças: vemos planos muito bem estruturados e estratégias bem desenhadas que, na prática, não funcionam.

Uma análise mais aguda pode mostrar que, em muitos casos, o modelo mental da direção resiste em deixar de lado formas até então mais confortáveis e seguras.

Muitas vezes, a empresa tem de enfrentar uma situação inesperada, como novos concorrentes ou novas formas de atuação da concorrência que a empurram para a beira do precipício. Também inesperadamente, um profissional pode perder o emprego. Quando casos como esses ocorrem, mudar não é mais uma questão de vontade – é imperativo.

Quando, entretanto, uma empresa ou um profissional, de forma deliberada, deseja mudar (ir a outro patamar de desenvolvimento ou crescimento), podemos ter dificuldades sérias.

Podemos dizer até que é relativamente fácil construir uma boa empresa, conquistar uma boa posição profissional e ter uma boa vida. Essas situações, entretanto, podem representar apenas conquistas medianas e podem privar a empresa ou o profissional de resultados excelentes, altamente superiores.